Aqui postarei minhas fanfics, algumas idealizadas há décadas e outras que simplesmente acontecem. Boa parte delas estão no Nyah Fanfiction, algumas somente aqui. Boa Leitura e não se esqueçam de comentar ;D
Fanfiction: Soulmates Never Die
Autora: Ksis (K_Jumbie)
Originalmente postada em: https://www.fanfiction.com.br/historia/167819/Soulmates_Never_Die.
Sinopse: "Aguarde-me irmão, logo estarei contigo."
Fandom: Harry Potter
Ship: Weasleycest - Fred X Georg
Gênero: Yaoi, Slash, Drama, Lemon.
Censura: +16
Homossexualidade, Incesto.
Eu nunca soube descrever tal sentimento. Meus olhos já não sabiam o que eram estar secos. Em minha garganta um insistente nó prendia-se como se a qualquer momento fosse dar um último puxão e apertar-se por fim. Tudo que eu sentia era que me faltava – não sabia exatamente o quê – algo que jamais poderia ser substituído.
Não sabia como havia chegado à Toca, nem porque meu corpo repousava agora em nosso quarto - o mesmo que presenciou toda a inquietação precedente a uma nova ‘gemialidade’, toda angústia que por vezes abatia-se sobre o ambiente diante dos recentes acontecimentos, todas as descobertas, todo o carinho, todo o cuidado. – tal como uma carcaça sem alma, sem motivos para existir.
Sempre ouvia pessoas perguntando-se quem eram as pessoas mais importantes em suas vidas. Para mim toda a minha família era de extrema importância, porém, certo membro era de certo modo mais importante, era simplesmente essencial.
Meu outro pedaço, a extensão de um membro meu, – que pensava e agia independente, porém em total sincronia – minha alma gêmea. Lembro-me como ontem, quando ainda sorridentes, discutíamos como tal expressão fazia sentido. “Alma Gêmea”, termo utilizado para descrever a‘outra parte da laranja’ em um casal romântico, encaixava-se perfeitamente à nossa descrição. Pensando assim tudo se tornava mais simples de compreender, talvez de certa forma então não fosse nada errado ou sujo, os toques, os olhares, tudo. Poderiam ser talvez considerados normais, visto que nos considerávamos uma só alma dividida em dois corpos, feitos para unirem-se em um só, para completarem-se.
Olho meu reflexo na janela, a qual revela uma paisagem tempestuosa do lado externo, tento em vão sorrir, porém só o que me restam são as grossas gotas que descem em cascata lavando-me a face. Tento novamente, quero ver-te, quero tentar enxergar-te em minha face. Grande engano. Talvez seja assim que outros conseguem recordar de ti, em cada traço de meu rosto, em cada orbe azulada, em cada sarda, mas não eu, eu sabia realmente o quanto eras distinto e sei agora também que por mais que encare-me no espelho todos os dias nunca me assemelharei a ti porque eras único. Seu olhar calmo e doce, que sentia ser dirigido exclusivamente a mim. O sorriso que mesclava entre a zombaria e a malícia, o mesmo que dava-me quando queria provocar-me e perceber minha reação.
Parecem-me anos, sigo em prantos lembrando-me que não faz nem mesmo dias. Meu corpo dói pela posição, porém permaneço, alheio a tudo, tempo e espaço são apenas pequenas impressões para mim. Não respondo às cabeças ruivas que aparecem e somem breves pela porta, partilhando minha dor, tentando trazer-me a vida. As vozes baixas e receosas já começam a me irritar, parece egoísmo, sei que sofrem, porém a única a qual gostaria de ouvir é a sua. A mesma voz que para mim possuía diversas versões. A voz alegre que me despertava todos os dias, a voz ansiosa que advertia-me que estávamos perto de produzir algo grandioso, a voz sussurrada que arrepiava-me por completo quando nos encontrávamos em momentos secretos onde a linha tênue do certo e errado parecia dissolver-se em meio ao suor de nossos corpos enquanto movimentavam-se juntos.
Com o tempo nada mais importou, o tempo passa e a vida segue... Desistiram de mim, porém não os culpo, eu desisti de mim.
Sinto que estou acabando irmão, ano após ano, vendo o tempo passar sem sentido e sem expectativas. Por incrível que pareça estou alegre, sim, alegre. Sei que a cada passo torturante que dou em direção ao fim, estou um passo mais perto de te ver, de juntar o meu pedaço perdido. Vejo as cores passarem difusas ao meu olhar, o laranja que sempre predominou em nosso quarto parece-me levemente desbotado, o azul-prateado de meu patrono já não se faz mais presente - levaste tudo que existia de bom em meu ser- nossa loja já não parece-me mais tão divertida assim, pois levastes contigo meu sorriso, o qual somente você pode devolver.
Aguarde-me irmão, logo estarei contigo.
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